domingo, 16 de junho de 2013

O Que é Ética

O QUE É ÉTICA


A ética é daquelas coisas que todo mundo sabe o que são, mas que não são fáceis de explicar, quando alguém pergunta. Tradicionalmente ela é entendida como um estudo ou uma reflexão, científica ou filosófica, e eventualmente até teológica, sobre os costumes ou sobre as ações humanas. (...) A ética pode ser o estudo das ações ou dos costumes, e pode ser a própria realização de um tipo de comportamento. (VALLS, 1994 p.7) 
De maneira geral, a ética se volta aos princípios que sustentam as bases da moralidade social, levando o sujeito (ou a sociedade) à reflexão acerca dos valores e costumes vigentes em determinada época, tanto no âmbito coletivo como no individual. Ao indivíduo cabe perceber qual influencia o código moral de determinada sociedade exerce sobre ele e, até que ponto ele aceita ou não esse valores e sabe lidar com eles da melhor forma possível.
Marilena Chauí, em seu livro Convite à Filosofia, define o campo da ética a partir de termos relevantes, entre eles os que cabem a este trabalho são: o senso moral e a consciência moral e, o juízo de fato e o juízo de valor. O senso moral e a consciência moral, dizem respeito aos valores propagados (justiça, honradez, integridade, etc.), os sentimentos que esses valores nos provocam e, as decisões tomadas, que acabam por gerar consequência para o próprio o ser que exerce a ação e para as outras pessoas. Senso e consciência moral definem valores positivos e negativos para a vida cultural, tratam das relações que mantemos com os outros, de nossos sentimentos e intenções, tratando desta forma da vida não apenas social mas também intersubjetiva do individuo.
O juízo de fato por sua vez define o que as coisas são, por que são e como são, enquanto que o juízo de valor avalia as coisas, pessoas e situações. Os juízos éticos de valor são bem definidos no seguinte trecho:
Os juízos éticos de valor são também normativos, isto é, enunciam normas que determinam o dever ser de nossos sentimentos, nossos atos, nossos comportamentos. São juízos que enunciam obrigações e avaliam intenções e ações segundo o critério do correto e do incorreto. (CHAUÍ, 2000, p. 431)
Partindo dos pressupostos destas definições podemos chegar a duas condições indispensáveis para uma vida norteada pela ética “consciência e responsabilidade”. 

A consciência moral manifesta-se, antes de tudo, na capacidade para deliberar diante de alternativas possíveis, decidindo e escolhendo uma delas antes de lançar-se na ação. Tem a capacidade para avaliar e pesar as motivações pessoais, as exigências feitas pela situação, as consequências para si e para os outros, a conformidade entre meios e fins (empregar meios imorais para alcançar fins morais é impossível), a obrigação de respeitar o estabelecido ou de transgredi-lo (se o estabelecido for imoral ou injusto). (CHAUÍ, 2000, p.433)   


Com esta ótima descrição do que é ter consciência, chegamos a outro ponto que é destacado por Chauí no que se trata da ética, o sujeito. O sujeito é modelado pelas condições em que vive e, formado pelos costumes da sociedade em que está inserido, mas, é ele quem tem o poder da força transformadora. O sujeito pode optar por ser ativo ou passivo, sendo o passivo aquele que questiona, indaga sabe julgar e avaliar as situações e, o passivo aquele que simplesmente aceita tudo que acontece.




Bibliografia
CHAÍ, Marilena. Convite à Filosofia - São Paulo: Ática, 2000.
MACHADO, Nilson José. Cidadania e Educação – 4ª ed. – São Paulo: Escrituras Editora, 2002. (Coleção Ensaios Transversais)
VALLS, Álvaro L. M. O que é ética - 9ª ed. – São Paulo: Brasiliense, 1994. (Coleção primeiros passos: 177)

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